Diversas vezes conversamos por aqui sobre alguns assuntos que são verdadeiros tabus. Hoje, talvez estejamos falando sobre um dos maiores deles: as dores que algumas mulheres sentem durante as relações sexuais.
Embora seja pouco discutida, esta questão tem explicações e nome: dispareunia.
Antes de entendermos o que essa palavrinha complicada significa, é importante lembrarmos que o sexo não deve trazer dores, principalmente frequentes. Quando há a lubrificação ideal da vagina e respeito durante toda a relação, sobretudo na intensidade de movimentos e ações, as dores não devem existir.
Mulheres em início da vida sexual, no entanto, costumam relatar dores nas primeiras relações, e até mesmo pequenos sangramentos. Estas situações são, sim, naturais, devido à própria anatomia do corpo.
O que foge ao “normal” são as dores muito intensas, que tornam o sexo desprazeroso ou até mesmo insuportável, além da grande frequência desses episódios.
Esta condição, como citada anteriormente, chama-se dispareunia, e é caracterizada por dores genitais que podem ocorrer durante toda a relação sexual, inclusive após o coito.
Muito mais comum entre as mulheres, a dispareunia tem diversas causas identificáveis, que variam entre condições psíquicas e fisiológicas.
Antes de conhecermos as causas mais comuns da dispareunia, gostaria de ressaltar que elas só podem ser detectadas se você conversar sobre elas!
Se você é uma mulher que experiencia dores durante o sexo, fique atenta a este artigo e procure ajuda médica. A mudança deste quadro é possível, ok?
Agora, vamos ver os sete principais motivos que ocasionam a dispareunia:
1. ENDOMETRIOSE
Além de cólicas menstruais intensas, a endometriose pode causar dores durante as relações sexuais, sobretudo durante a penetração e no fundo da vagina.
Neste artigo, você pode conferir mais detalhes sobre o que é e como tratar a endometriose.
2. VULVODÍNIA
Caracterizada por uma dor crônica inexplicável na área em torno da abertura da vagina, a vulvodínia ainda pode provocar irritações, vermelhidão ou sensação de picada na área genital.
3. VAGINISMO
O vaginismo se manifesta por meio de espasmos e contrações involuntárias do canal vaginal, estreitando-o e provocando dores e desconfortos durante a penetração.
4. ATROFIA VAGINAL
Condição que ocorre entre mulheres após a menopausa, a atrofia vaginal é caracterizada pelo afinamento da mucosa genital. Esta situação, por sua vez, pode procurar fissuras dolorosas durante o sexo.
5. SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL
Por causar constipação e a distensão abdominal da paciente, a Síndrome do Intestino Irritável ocasiona dores que podem se acentuar durante as relações.
6. CANDIDÍASE
Um dos fatores mais conhecidos dessa lista, a candidíase é uma infecção vaginal causada por fungos. Seu sintoma mais comum é o forte corrimento que causa irritações em toda a região vaginal, dificultando o sexo.
7. VULVOVAGINITE E VAGINOSE
Estas infecções, por sua vez, são causadas por bactérias ou protozoários e atingem a vulva - região externa do órgão sexual feminino. Também provoca dores temporárias.
Como você já deve imaginar, cada uma dessas situações exige um tratamento específico para dar fim às dores e minimizar os demais sintomas e complicações.
No caso da endometriose, é importante ter em mente que a doença exige muita seriedade em seu tratamento, uma vez que as dores são apenas uma parte de seu quadro clínico que pode envolver vários outros sinais e sintomas.
Nas infecções, é indicado que a paciente evite as relações sexuais durante o tratamento, já que podem agravar as irritações.
E, claro, em todo e qualquer caso, é imprescindível o uso de preservativos!
Em alguns tratamentos, a exemplo do vaginismo, o acompanhamento psicológico pode ser um aliado essencial. A psicoterapia pode identificar as origens do distúrbio, transformando a qualidade de vida da paciente.
Seja qual for a causa, a dispareunia deve ser tratada com o respeito e a delicadeza que você merece.
Se você está enfrentando estas dores, saiba que você não está sozinha. Converse com seu parceiro ou parceira e dialogue abertamente com seu médico. A situação pode ser temporária e a sua cura libertadora!