O câncer é a doença que mais mata jovens de 15 a 29 anos no país. Isso é o que afirma a mais recente pesquisa sobre o assunto, realizada em 2017 pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Ministério da Saúde.
O levantamento, que analisou jovens entre os anos de 2009 e 2013, ainda mostra que 34% das ocorrências das lesões letais foram encontradas no colo do útero. Carcinomas na tireoide, nas mamas e em partes da cabeça e do pescoço também foram frequentes.
Porém, o que mais chama a atenção é o número alarmante de casos de câncer de colo de útero entre as adolescentes e mulheres jovens.
Erroneamente, o senso comum nos faz acreditar que somente mulheres adultas e/ou idosas podem ser acometidas com o câncer, incluindo os ginecológicos. No entanto, alguns hábitos e negligências - além de outros fatores - podem propiciar o desenvolvimento de tumores malignos na juventude.
E o que torna o câncer de colo de útero tão frequente nessa faixa etária?
Você deve estar se perguntando isso, certo? A resposta é algo que já conversamos por aqui: a relação do câncer de colo de útero com o HPV.
A infecção por papilomavírus humano, o HPV, é uma das principais causas do surgimento do câncer de colo de útero. Os tipos oncogênicos do vírus (cerca de 40 dentre os 150 existentes) podem ocasionar infecções persistentes na região uterina, gerando lesões que, sem tratamento, podem sofrer alterações e tornar-se malignas; isto é, tornar-se câncer.
O HPV, por sua vez, é transmitido sexualmente nas relações desprotegidas. É importante frisar que esse contágio pode ocorrer mesmo quando não há penetração.
Nesse sentido, de acordo com o Ministério da Saúde, os casos de HIV e Aids entre jovens de 15 a 24 anos aumentaram 85% nos últimos 10 anos, indicando uma preocupante negligência no uso de preservativos entre essa população.
Segundo a pesquisa, 60% dos jovens brasileiros mantiveram relações sexuais sem proteção no ano de 2016, expondo-se a doenças como as já citadas, incluindo o HPV.
Devemos lembrar ainda que, além do uso de preservativos, outras formas de prevenção devem ser adotadas.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacinação gratuita contra o HPV para os adolescentes. Meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos contam com as vacinas nos postos de saúde de todo o país. Lembre-se: o público masculino também deve ser vacinado para combater a disseminação do papilomavírus humano.
A vacina, ministrada em duas doses, protege o organismo contra os HPVs 6, 11, 16 e 18 - os dois últimos altamente cancerígenos. Para mais informações sobre a vacinação, clique neste link oficial do Ministério da Saúde. Leia também o meu artigo completo sobre o assunto.
Os exames ginecológicos periódicos também são importantes aliados na prevenção do câncer de colo de útero.
Ao iniciar a vida sexual, ou diante de qualquer demanda e sintoma ginecológico, a menina deve procurar o médico ginecologista.
Exames essenciais ao público feminino, como o papanicolau, podem detectar facilmente a presença de lesões pré-malignas causadas pelo HPV, evitando o desenvolvimento para um quadro de câncer. Além disso, também possibilitam que os casos malignos sejam descobertos em um estágio mais propício ao tratamento adequado.
Assim como qualquer tipo de câncer, entre qualquer tipo de público, bons hábitos de saúde são muito importantes.
Atividades físicas regulares, alimentação balanceada e o controle ideal da massa corporal são alguns exemplos do que os jovens podem fazer cotidianamente para prevenir-se. Fique de olho!
* Com informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Instituto Vencer o Câncer e Ministério da Saúde.