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Saúde, prevenção e amor próprio no combate ao tabagismo

Saúde, prevenção e amor próprio no combate ao tabagismo

Hoje conversaremos sobre um assunto muito sério, mas começaremos com uma notícia bastante animadora: os brasileiros reduziram em 40% o hábito de fumar e a atitude mostra-se crescente, isto é, cada vez mais pessoas param de fumar no país!

Os dados fazem parte do levantamento feito neste ano pelo Ministério da Saúde através do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). 

Além disso, a pesquisa ainda mostra que as mulheres saem à frente, registrando 44% de abandono do vício em cigarro.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem cerca de 1,1 bilhão de fumantes em todo o mundo, sendo 20% desse público composto por mulheres. 

Embora os dados nos mostrem que as mulheres tornam-se cada vez mais conscientes em relação à importância de combater o tabagismo, é importante frisarmos que o fumo pode ser ainda mais prejudicial à saúde feminina do que a masculina.

Três décadas de estudos, realizados pelas universidades de Minnesota e de John Hopkins, nos Estados Unidos, apontam que as mulheres fumantes correm 25% mais riscos de sofrerem problemas cardíacos do que os homens. 

Além dos cânceres comumente associados ao tabagismo - como de pulmão (90% dos casos ligados ao fumo), boca, intestino e estômago, por exemplo - possíveis entre mulheres e homens, a população feminina fumante se vê também mais suscetível ao câncer de mama e ao de colo de útero, uma vez que o hábito potencializa as lesões malignas, incluindo as causadas pelo HPV - e que estão associadas ao último tipo de câncer citado.

Nesse sentido, uma alarmante pesquisa realizada pelo Centro para Pesquisa em Câncer Fred Hutchinson, de Seattle, Estados Unidos, mostra que mulheres que fumam mais do que um maço de cigarro por dia há pelo menos dez anos têm 60% mais chances de desenvolver câncer de mama. 

Ginecologicamente, o tabagismo mostra-se altamente arriscado e perigoso. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mulheres fumantes que não fazem uso de métodos contraceptivos hormonais podem reduzir a taxa de fertilidade de 75% para 57%. A medicina entende ainda a relação entre infertilidade e tabagismo, já que o fumo provoca uma concentração de nicotina no fluído folicular dos ovários.

O tabagismo ainda está ligado à menopausa precoce, dismenorreia (sangramentos ou menstruações irregulares) e desenvolvimento de osteoporose na terceira idade. Os malefícios do cigarro e outros fumígenos podem ser transmitidos até mesmo através do leite materno, caso a mulher continue (ou retorne) a fumar após o parto.

Para a OMS, o cigarro é a principal causa de morte evitável em todo o mundo, isto é, um fator que, embora seja letal, pode ser combatido pelo próprio indivíduo. 

Com suas (pelo menos) 70 toxinas cancerígenas, o cigarro e outros artigos de fumo, como charutos e cigarrilhas, levam cerca de 10 mil pessoas a óbito por dia no mundo - anualmente, são cerca de 4,9 milhões de homens e mulheres.

No Brasil, são mais de 400 mortos ao dia e aproximadamente 156 mil por ano devido ao tabagismo - mais de 50 mil mortes ligadas a diversos tipos de câncer.

Estes números, assustadores, nos mostram a urgência de combater individual e coletivamente o tabagismo. Felizmente, no entanto, quando paramos de fumar o organismo responde rapidamente à nova condição.

Apenas 8 horas sem cigarro já são suficientes para regularizar os níveis de monóxido de carbono e oxigênio no sangue. Após 24 horas, os riscos de doenças cardíacas já começam a diminuir. Em 48 horas, o olfato e o paladar retornam ao normal, bem como algumas das terminações nervosas que foram comprometidas. Em até 3 meses, é esperado que as funções pulmonares melhorem em 30%, em média.

Em longo prazo, após anos sem fumar, a saúde se estabiliza, de uma forma geral, e os riscos relacionados aos hábitos tabagistas são drasticamente reduzidos ou encerrados. Nesse sentido, precisamos nos recordar apenas de que doenças pré-existentes não são "eliminadas" com o combate ao fumo, embora seja recomendado que o paciente pare de fumar assim que detectado um quadro de doença - como um câncer, por exemplo. 

Parar de fumar é um ato de amor por si mesmo, já que proporciona os benefícios já citados e ainda previne o organismo de diversas enfermidades. Além disso, ainda dá fim ao fumo passivo - a inalação de outras pessoas, incluindo não fumantes, e até mesmo crianças, da fumaça tóxica do cigarro - e contribui para o desinchaço da saúde pública, já que é um fator decisivo para o surgimento de pelo menos 50 doenças humanas. 

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar. Para mais informações, clique aqui. 

Caso tenha dúvidas e/ou queira dicas minhas sobre este assunto, envie-me uma mensagem abaixo ou me mande um e-mail!