(43) 3324 7026
Rua Cambará, 484 - Centro
Londrina-PR
CEP 86010-530

Entendendo a relação entre menopausa e câncer

Entendendo a relação entre menopausa e câncer

Nós mulheres comumente ouvimos que a menopausa é um período delicado para a nossa saúde. Além dos sintomas comuns a essa época, ouve-se frequentemente que ela pode propiciar o desenvolvimento de algumas doenças, como a osteoporose e certos tipos de câncer.

Mas será que essas afirmações são verdadeiras? Se sim, como isso ocorre? 

Para entendermos a relação entre o câncer e a menopausa, precisamos entender primeiramente o que é, de fato, a menopausa.

A menopausa é especificamente a última menstruação da mulher; isto é, o fim de seu ciclo menstrual. Para a medicina, é considerada a última menstruação quando não há qualquer sangramento/descamação do endométrio por 12 meses contínuos.

A condição costuma ocorrer entre os 45 e 52 anos, marcando o fim da produção de hormônios femininos ligados à fertilidade e à menstruação: o estrogênio e a progesterona

Ao contrário do que se possa imaginar, os sintomas decorrentes, bem como todo o processo envolto nessa pausa, não são o que chamamos erroneamente de menopausa. Esta época da vida da mulher é, na verdade, o climatério. (A menopausa é apenas e tão somente o fim do ciclo menstrual.)

E o que é o climatério, afinal de contas?

O climatério compreende, em média, o período que vai de 2 anos antes e 1 ano depois da menopausa. Caracterizado pelas drásticas mudanças hormonais da mulher, é nessa fase que experimentamos os "famosos" sintomas da idade não-reprodutiva, como as ondas de calor, o ressecamento vaginal e as alterações na qualidade da pele, por exemplo.

É devido a estes sintomas que muitas mulheres recorrem à terapia de reposição hormonal.

Esta terapia consiste na administração de dosagens sintéticas de estrogênio - por via oral, transdérmica e/ou vaginal - e, na maioria dos casos, de progesterona também. 

Com as novas cargas hormonais, é esperado que a mulher não experimente mais os incômodos do climatério que, vale lembrar, podem ser muito intensos em diversos casos.

Porém, esse é um importantíssimo ponto de atenção na relação entre menopausa e câncer.

Sabe-se que a mulher que não foi submetida a retirada do útero previamente que passa pela reposição hormonal sem associação de progesterona, fazendo uso somente do estrogênio, tem maiores riscos de desenvolver o câncer de endométrio. 

Já a terapia que associa os dois hormônios, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), deixa a mulher mais suscetível ao câncer de mama - a cada 10 mil mulheres que fazem a terapia, registra-se 8 casos de lesões malignas nas mamas.

Embora estes dados possam ser assustadores, a terapia de reposição hormonal não é obrigatória e, quando conduzida adequadamente pelo médico, atentando-se a outros fatores de risco, como a obesidade, por exemplo, é um recurso seguro e que pode melhorar a qualidade de vida da paciente. Esses dados trazidos não são para terem medo da reposição, mulheres! É para não descuidarem dos seus exames de rotina nunca, principalmente quando utilizarem TRH (terapia de reposição hormonal).

Além da terapia baseada em hormônios, é importante atentar-se à menopausa tardia.

Nesse sentido, é considerada como tardia a menopausa que ocorre a partir dos 55 anos. 

Atualmente, sabemos que a maior exposição aos hormônios femininos - isto é, por um tempo superior à média - pode provocar o desenvolvimento de tumores. Essa condição está ligada ao surgimento de cânceres de endométrio, ovários e mama, por exemplo.

No entanto, o acompanhamento médico ao longo da vida, feito com assiduidade, permite que a mulher entenda corretamente seu ciclo menstrual e, assim, previna-se de possíveis sintomas e condições decorrentes da menopausa tardia.

Mas e a menopausa por si só, ela também oferece riscos?

Não existe um consenso claro sobre essa relação sem que haja a associação de outros fatores. 

Por exemplo, como é amplamente difundido, a obesidade é um dos grandes fatores de suscetibilidade a diversos tipos de câncer, incluindo os não-ginecológicos. Em mulheres que já passaram pela menopausa, principalmente na terceira idade, estar acima do peso aumenta os riscos de lesões malignas nos ovários e mamas.

Ou seja, além das alterações hormonais, observa-se a existência de outras condições que afetam a saúde das mulheres.

Por isso, hábitos de vida saudáveis são essenciais no combate ao câncer.

Como sempre conversamos por aqui, manter o peso adequado à sua idade e altura, a prática de atividades físicas regulares, a alimentação equilibrada e as condutas saudáveis, como não fumar e o uso de preservativos nas relações sexuais, são grandes aliados na prevenção dos mais variados tipos de câncer.

É importante sempre frisar que a rotina médica nos ajuda a captar e entender possíveis sinais de nosso corpo, sobretudo em relação a tumores e lesões. Por isso, consulte-se periodicamente! 

* Com informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Instituto Oncoguia e Ministério da Saúde.